quinta-feira, 29 de maio de 2014

Hidrovia, a soluçao!


Em março passado, escrevi um artigo com o título “É preciso mudar o perfil de transportes”, mencionando, em termos de custos, que, atualmente, o mais caro é o transporte aéreo, seguido pelo rodoviário, ferroviário e o hidroviário, e explicando a necessidade de mudarmos este perfil, já que o transporte rodoviário é o segundo mais caro, é mais inseguro e mais poluente -  hoje,  representa mais de 70% dos transportes de carga.

Com o anúncio do projeto do aproveitamento múltiplo de Santa Maria da Serra, um trabalho conjunto dos governos estadual e federal, que visa realizar obras de correção dos leitos dos rios para torná-los navegáveis e construir canais artificiais de ligação e barragens com eclusas, estou crendo que seja o início da mudança do perfíl de transportes no Brasil. O EIA-RIMA deste projeto está na Cetesb, para a sua aprovação, com todas as compensações ambientais e econômicas devidamente apresentadas.

 Causa-me espanto, porém, que inúmeras entidades e autoridades, estejam, até de maneiras radicais, tentando bloquear um projeto, que só trará benefícios.

Cito como exemplo de movimento contrário o evento promovido pelo Comdema, no último dia 14 de maio, no Centro Cívico, com o título “Avaliando a barragem do rio Piracicaba”, que apresentou pareceres de várias autoridades  contrárias à implantação do projeto, sem direito de defesa por parte de algumas autoridades presentes.

Outro exemplo é o artigo do Professor Adjunto da Unesp de Rio Claro, Roberto Braga, o qual, no próprio título, já demonstra uma atitude radical: “A quem interessa a construção da barragem de Santa Maria da Serra?”. Eu respondo: interessa a Piracicaba, ao estado de São Paulo e ao Brasil. Para as demais perguntas registradas no artigo, eu sugiro consultar o site hidroviariopiracicaba.blogspot.com.br, para obter todas as respostas.

O que precisamos é avaliar melhor as vantagens e desvantagens do projeto, pois a formação de represa no rio Piracicaba para estender a Hidrovia Tietê Paraná é um projeto supra-partidário, por mérito da própria Hidrovia. Há uma união de esforços para concretizar um objetivo estratégico para o país, uma vez que, o orçamento da obra, por exemplo, é composto por recursos do Governo do Estado de São Paulo, via DH, e também do Governo Federal, por meio do PAC 2.

Até a oposição defende a Hidrovia. Um bom exemplo é o senador Paulo Paim (PT-RS), que defendeu, no último dia 16 de abril, em discurso da tribuna, a ampliação do sistema hidroviário no país. Conforme relatou, essa modalidade apresenta inúmeras vantagens econômicas, sociais e ambientais, quando comparada com rodovias e ferrovias. Segue

“Os rios possuem potencial para transporte de pessoas a preços muito menores que ônibus e aviões”, disse, ressaltando ainda que a ampliação do transporte hidroviário representaria uma redução dos acidentes verificados nas estradas do país. O parlamentar destacou, também, as vantagens ambientais das hidrovias: “O modal hidroviário apresenta eficiência energética 29 vezes superior ao rodoviário. Além disso, consome 19 vezes menos combustíveis e emite seis vezes menos gás carbônico. Em outras palavras, é um meio de transporte ecologicamente correto e ambientalmente sustentável”.

Paim, observou ainda que o uso do sistema hidroviário para circulação de pessoas e mercadorias permitiria uma 'substancial redução de tarifas e fretes'. “De acordo com o Ministério de Transportes, o frete hidroviário para minérios e grãos é cerca de metade do valor do modal ferroviário e de apenas 25% do valor do frete rodoviário”, falou.

Ele informou ainda que, “enquanto um caminhão consome 96 litros de diesel por quilômetro para transportar uma tonelada, a mesma carga transportada por hidrovia consome apenas cinco litros de diesel por quilômetro. Apesar de todas essas vantagens”, disse, “o transporte de cargas por hidrovias representa hoje apenas 4% do total, contra 58% do transporte rodoviário”.

No pronunciamento, o senador também informou que já foram iniciadas as providências para viabilizar a hidrovia Brasil-Uruguai, chamada de hidrovia do Mercosul. “A implantação da hidrovia do Mercosul é um exemplo do grande potencial de crescimento do transporte hidroviário no Brasil, relegado, por décadas, a segundo plano”, disse. O parlamentar afirmou que irá acompanhar a implantação dos projetos e lutar por recursos orçamentários para o financiamneto do transporte hidroviário.

Pela importância da implantação da nossa hidrovia, senhores, senhoras, autoridades e entidades, que tentam bloquear a aprovação deste projeto, vamos estudar melhor as vantagens e desvantagens e participar do desenvolvimento econômico sustentável, que a Hidrovia de Santa Maria, permitirá à nossa cidade, ao nosso estado e ao nosso Brasil.
(Tarcisio Angelo Mascarim é secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba e diretor do SIMESPI)   

 

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