sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O fim de uma esperança!

 * Tarcisio Angelo Mascarim

Encerradas as eleições de 2014, os eleitores que se preocupavam com as mudanças na economia, visando a retomada do desenvolvimento  econômico, infelizmente, se deparam com o  fim dessa esperança, já que foi eleita a continuidade.

Nos debates eleitorais, a candidata vencedora sempre comparou a atualidade com o passado, quando a inflação era de 80% ao mês, enfatizando o resultado dos programas  Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida e evitando discutir a situação da economia, e  os projetos para a retomada do crescimento. Isto deu-lhe a reeleição.

Agora, resta-nos acompanhar o que o governo reeleito vai fazer daqui para a frente. Porém, pela atitude da Presidente, ao final deste mandato, de enviar ao Congresso um projeto que abre brecha para o governo fechar as contas do ano com um pouco de folga, mesmo com rombo histórico, para escapar da Lei de Responsabilidade Fiscal, pois gastou mais do que arrecadou, não tenho dúvidas de que a economia vai continuar em baixa, mantendo a sua política heterodoxa e desalinhada ao tripé adotado pelo Plano Real, que era alinhado à ortodoxia e às melhores práticas em nível global.

Se de fato for essa a decisão do governo, vou aproveitar de um comentário  de Felipe Miranda, sócio-fundador da Empiricus, economista pela FEA-USP, foi editor de investimentos da InfoMoney e professor da FGV, que lançou o livro “O Fim do Brasil”, para apontar o que acontecerá com o nosso País. Ele começa com a implantação do Plano Real em 1994:

“Com a estabilidade econômica e a recuperação da confiança na moeda, o Plano Real é o momento do nascimento de um novo Brasil. Essa condição favorável ao país atingiu a sua maturidade em 1999. O Plano Real, de imediato resgatou a confiança na moeda e em consequência o controle da inflação e tratou de implantar o tripé macroeconômico: com sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e austeridade fiscal. Este tripé foi a base da política econômica de 1999 a 2008. A partir daí, a coisa muda completamente. Em resposta à crise financeira de 2008, o governo brasileiro adota a chamada 'nova matriz econômica': heterodoxa e  desalinhada ao tripé anterior.  

A nova política econômica é caracterizada por perseguição de uma taxa de juro baixa, busca de uma taxa de câmbio competitiva e aumento dos gastos públicos. Ou seja, ferimos por completo a tríade anterior.

Ao reduzir de forma acelerada o juro, basicamente abandonamos a rigidez no sistema de metas de inflação. A variação do IPCA – indice oficial de inflação – bateu 6,52% nos 12 meses encerrados em junho. Ou seja, superamos o teto da meta, cujo centro é 4,50%, com dois pontos percentuais de banda, para cima ou para baixo. A inflação está de volta – e deve subir ainda mais.

E  sem  querer  usar o instrumento da taxa de juro para combater a inflação, o Banco Central passou a usar o câmbio para o controle de preços. Amputamos a segunda perna do tripé: o câmbio perde seu caráter estritamente flutuante a partir da enormidade das intervenções do BC.
E tornamo-nos paraplégicos quando da perda da terceira perna. O elevado gasto do governo simplesmente destruiu a austeridade fiscal. As metas de superávit primário têm sido sistematicamente descumpridas – obs.: o serão novamente em 2014 – e o governo central apresentou em maio o pior resultado da história para suas contas.

Assim, se, metaforicamente, nasce um novo País em 1994, consolidado em 1999 com tripé macroeconômico, exatos 20 anos depois esse Brasil morre. O crescimento econômico do Governo Dilma é o menor desde a Era Collor e a inflação foge do controle – já estaria beirando os 10% ao ano não fosse pelo controle de preços da gasolina e energia.

Em resumo, estamos prestes a voltar a condições anteriores a 1994. Seria o Fim do Brasil?”.
Resumidamente, no livro, Miranda apresenta um panorama pouco otimista para o Brasil que “se viu transformado num gigantesco defunto”.

Ciente de que esta é a situação atual do nosso País, suplicamos ao governo re-eleito, para o bem do Brasil e de seu povo, que descarte a sua atual “Nova Matriz Econômica”, cujo resultado é a soma do governo que temos hoje:
- imprevisivel e que não passa nenhuma segurança;
- com uma política fiscal nada transparente;
- que gasta mais do que arrecada;
- que manda um projeto para o Congresso, para escapar da Lei de Responsabilidade Fiscal;
- que tem um Banco Central submisso à Presidente da República;
- que defende o meio ambiente, mas mantém os preços dos combustíveis fósseis (gasolina e diesel), maiores poluidores da atmosfera do mundo, dando enormes prejuizos para a Petrobrás e quebrando o principal setor sucroenergético do etanol;
- que está destruindo a maior empresa petrolifera brasileira, que é a Petrobrás, detentora do monopólio das jazidas de petróleo do país.

Concluindo,  o  governo   acabou  com os fundamentos básicos da economia, criando insegurança para o empreendedor, e tornando o Brasil o maior inibidor de investimentos internos e externos. Pode isso?

(Tarcisio Angelo Mascarim é secretário de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba e diretor do SIMESPI)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

5 dicas de organização financeira para micro e pequenas empresas

Muitos proprietários de empresas de pequeno porte acabam colocando a organização financeira em segundo lugar, dando prioridade às operações diárias de produzir e vender. É comum encontrar pequenos empresários que não conhecem os valores exatos a receber no dia ou, às vezes, sem controle de caixa que permita apurar se todos os recebimentos e pagamentos estão corretos e se o saldo em caixa confere com as entradas e saídas de recursos. Diversas empresas fecham as portas antes mesmo de completar três anos de vida. Uma boa organização financeira tem impacto significativo na tomada de decisão de uma empresa. Pensando nisso, o diretor de operações do TagPlus - sistema de gestão comercial e emissão de nota eletrônica fiscal - explica algumas dicas que ajudarão os empresários a otimizarem o setor.
 
1. Fazer um planejamento orçamentário - Em toda e qualquer empresa deve haver planejamento financeiro com objetivos, projeções e estratégias bem definidas. Caso contrário, facilmente o controle sobre as despesas será perdido.
 
2. Não misturar a conta pessoal com a conta empresarial - Uma falha recorrente entre proprietários é achar que por serem donos do negócio, eles podem misturar a conta pessoal com a conta empresarial. Isso é um erro dos graves, pois as duas coisas são bem distintas. Vale destacar que até que um negócio apresente lucro isso leva tempo e, se o empreendedor misturar as duas contas, possivelmente a lucratividade nunca vai acontecer.
 
3. Acompanhar as entradas e saídas de dinheiro - A melhor maneira de manter as despesas sob controle é acompanhar as entradas e saídas de dinheiro através do fluxo de caixa. Isso permite que o gestor tenha uma visão ampla da situação financeira do negócio, além de facilitar a mensuração dos ganhos e gestão da movimentação financeira da empresa. Para tornar a atividade mais automatizada, precisa e com melhor visibilidade de todas as movimentações financeiras, basta usar um software de gerenciamento.
 
4. Administrar devidamente o capital de giro - Toda empresa precisa ter um capital de giro para que o negócio possa fluir com tranquilidade, mas hoje em dia não basta ter um dinheiro extra disponível em caixa. É preciso saber administrá-lo, além de entender que o capital de giro existe para honrar com os compromissos imediatos, a fim de manter a empresa saudável e garantir uma boa imagem do negócio perante o mercado, os clientes e fornecedores.
 
5. Colocar pequenas despesas em primeiro plano - Muitos gestores fazem questão de focar nos grandes gastos com o abastecimento de mercadorias, aluguel, impostos e salários, mas acabam deixando de lado as despesas pequenas e rotineiras, como água, luz, material de escritório, internet, produtos de limpeza e manutenção de equipamentos. Para que um negócio dê certo, é preciso ter o pleno controle sobre todos os gastos, inclusive os mínimos.
 
Usar software de gerenciamento - Por muito tempo a gestão financeira das empresas foi feita de forma manual. No entanto, as novas tecnologias estão tornando as atividades de gerenciamento muito mais rápidas, práticas e eficazes. É o caso dos softwares gerenciais personalizados para as necessidades de cada negócio. Através de um bom software de gerenciamento, o empreendedor economiza tempo na emissão de gráficos e relatórios, pode acompanhar as contas a pagar e receber, agilizar o andamento das notas fiscais, verificar se a empresa está tendo lucro, identificar quais produtos têm melhor saída, controlar estoques, acompanhar o saldo do caixa e assim por diante.
 
Fonte: Jurisite

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

VW deve cortar 2,1 mil em São Bernardo do Campo

A Volkswagen do Brasil vai abrir um programa de demissão voluntária (PDV) em janeiro para tentar cortar cerca de 2,1 mil trabalhadores que, segundo a empresa, estão excedentes no quadro de 13 mil funcionários da unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Proposta com incentivos à saída, especialmente para pessoas prestes a se aposentar e com restrições médicas, será apresentada em assembleia de trabalhadores na terça-feira.
A medida faz parte de um acordo mais amplo entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que prevê estabilidade até 2019 para quem permanecer na fábrica e a produção de três novos veículos, sendo dois deles de carros globais.
Em nota, a empresa informa apenas que a medida tem por objetivo "manter a competitividade da fábrica e adequar a produção à demanda de mercado". Segundo a VW, "a proposta traz medidas de flexibilidade e um PDV, entre outros itens. Com esse acordo, a empresa reafirma a introdução de modelo com plataforma global na unidade".
A proposta estende até 2019 um acordo antes feito para o período 2012-2016 em que os trabalhadores abrem mão do aumento real de salários em 2015 e 2016, anos em que receberão um abono de R$ 8,5 mil e R$ 6.374, respectivamente.
"A medida exige sacrifícios, mas é uma alternativa para controlar a forma de saída do pessoal e garantir novos produtos", diz Wagner Santana, secretário-geral do sindicato.
Segundo Santana, o funcionário que aderir ao PDV receberá de cinco a 15 salários extras, dependendo do tempo de casa. Para quem estiver perto da aposentadoria, será pago valor adicional de dez salários e, para quem tem restrição médica, mais um salário por ano trabalhado.
Parte dos excedentes é de pessoal das linhas de produção da Kombi e do Gol G4, que deixaram de ser produzidos por não terem condições de receber air bag e freio ABS, itens que passaram a ser obrigatórios em todos os novos carros feitos no País.
Até novembro, a empresa manteve 790 funcionários em lay-off (suspensão de contratos), mas eles regressaram após cinco meses, data limite para o programa que tem parte dos salários bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Entre as quatro maiores fabricantes, a Volkswagen é a que registra maior queda de vendas neste ano. Até outubro, a marca vendeu 471,6 mil automóveis e comerciais leves, 14,7% abaixo dos números de igual período de 2013. A queda para a GM foi de 12,6% (469,3 mil unidades) e de 11,9% para a Ford (244 mil).
A Fiat, líder do mercado, vendeu 576,2 mil unidades, 9,7% menos que no ano passado. O segmento como um todo teve queda de 8,7% no período, para 2,699 milhões de unidades.
Liderança
O Gol, carro mais vendido da marca e líder no mercado brasileiro por 27 anos, está prestes a perder o posto para o Fiat Palio. Até quinta-feira, o modelo vendeu 158.350 unidades, enquanto o concorrente vendeu 159.664, uma diferença de 1.314 unidades.
Na segunda-feira, o grupo anunciou que o presidente da companhia há sete anos, o alemão naturalizado brasileiro Thomas Schmall, foi convocado para assumir um posto no conselho da matriz, na Alemanha, e será substituído pelo sul-africano David Powels, atualmente diretor-geral da Volkswagen da África do Sul.
A fábrica de São Bernardo produz o novo Gol, Saveiro, Polo e Voyage. No próximo ano, passará a montar o Jetta, que terá a maioria das peças importadas. "Só vamos considerar o Jetta como um dos três modelos previstos no programa até 2019 quando tiver todo o processo feito na fábrica, da estamparia à montagem final", diz Santana. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
FONTE: Cleide Silva | Estadão Conteúdo
Sáb, 29/11/2014 às 07:33

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Reforma Política: Uma necessidade!

*Tarcisio Angelo Mascarim

Muito se tem falado e escrito sobre a reforma política, mas nada foi feito até hoje. Não há dúvidas, de que são de suma importância algumas alterações, a fim de evitar corrupções políticas e sociais nas eleições.
De acordo com minha opinião, elenco algumas dessas reformas necessárias:
Partidos Políticos – Atualmente com 32 partidos e com 15.270.234 filiados, que representam apenas 10,8% do total de 140.943.293 eleitores infelizmente, foi transformado em um banco de favores. Assim, a proposta é a extinção do  pluripartidarismo criado pela Constituição de 1988, e retornar o bipartidarismo (somente dois partidos). Assim teremos um partido que comanda o país e outro  que fiscaliza a sua atuação, acabando com esse banco de favores.
Voto Distrital – Para facilitar a escolha do eleitor na eleição do seu representante e consequentemente ter melhor condição de cobrar o seu desempenho;
Extinção do parágrafo 1º do artigo 45, da Constituição – Este parágrafo é um absurdo, pois disciplina que cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal, “não tenha menos de oito ou mais de 70 deputados federais”. Este parágrafo fere frontalmente somente um Estado da Federação, que é São Paulo, o qual mais contribui para o Brasil. Só para se ter uma ideia do prejuizo para o Estado se dividir a população brasileira atual que é 202.768.562 (IBGE 01.07.14), pelos 513 deputados federais daria um coeficiente de 395.260 por deputado. O Estado de São Paulo, tem uma população de 44.035.304, que dividido por 395.260 daria o número de deputados federais para o Estado, que seria de 111 deputados federais e não 70;
Financiamento de Campanha – O financiamento deveria ser legalizado, limitando o valor pelas empresas e por pessoas físicas, com apresentação do CNPJ  das empresas e CPF das pessoas físicas. Sugestão dos limites: até R$ 100.000,00 por empresas e até R$ 10.000,00 por pessoas físicas;
Bolsa Família – O auxilio da Bolsa Família deveria ser legalizado por lei do Congresso Nacional, e o beneficiário não poderia votar nas eleições, enquanto estiver recebendo auxilio do governo;
Criação de Estados e Municípios – Toda a criação de estado ou município implica em aumento de gastos para custear as estruturas de executivo e legislativo da nova localidade além de novos representantes a serem eleitos e novos servidores públicos. A sugestão: para se aprovar a criação de um estado ou município, deveria ser obrigatória a elaboração de um estudo de viabilidade econômica, que demonstre a autossuficiência do estado ou município a ser criado;
Nomeação para o STF – A nomeação para fazer parte do Superior Tribunal Federal (STF), deveria obedecer a meritocracia e o tempo que o servidor está servindo nos tribunais. A escolha deveria ser feita pelo próprio Superior Tribunal Federal (STF) e não pelo(a) presidente da República ou Senado Federal.
Participação dos Estados – Há necessidade de uma revisão na participação dos estados na arrecadação dos impostos federais, conforme se verifica abaixo, pela última distribuição (11-2013):
- Região SUDESTE, composta por quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, os quais arrecadaram o total de R$ 480,7 bilhões e receberam uma participação de R$ 64,7 bilhões, que representam 13,47% do arrecadado;
- Região SUL, composta por três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os quais arrecadaram o total de R$ 94,2 bilhões e receberam uma participação de R$ 22,7 bilhões, que representam 24,12% do arrecadado;
- Região CENTRO OESTE, composta por três estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e  pelo Distrito Federal, os quais arrecadaram o total de R$ 86,4 bilhões e receberam uma participação de R$ 20,5 bilhões, que representam 23,74% do arrecadado;
- Região NORTE, composta por sete estados: Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondonia, Pará e Tocantins, os quais arrecadaram o total de R$ 16,5 bilhões e receberam uma participação de R$ 26,9 bilhões, que representam 163,28% do arrecadado;
- Região NORDESTE, composta por nove estados: Maranhão, Piauí, Sergipe, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, os quais arrecadaram o total de R$ 49,0 bilhões e receberam uma participação de R$ 78,2 bilhões, que representam 159,70% do arrecadado.
Diante do exposto, espero que os congressistas aprovem estas reformas para atender às necessidades de sua população e que trabalhem sempre com ética, justiça, transparência e responsabilidade. Só assim, poderemos levar o Brasil a um crescimento econômico sustentável, para a geração de renda ao País e emprego à nossa gente.                         

(Tarcisio Angelo Mascarim é secretário de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba e Diretor do SIMESPI)