iG Paulista - 06/02/2015 - 05h00 |
Adriana Leite | aleite@rac.com.br
Foto: Del Rodrigues/ Gazeta de
Piracicaba
Representantes da Mercedes-Benz, prefeito de Iracemápolis e
governador apresentam Pedra Fundamental
O lançamento nesta quinta-feira (5) da pedra fundamental da nova fábrica da
Mercedes-Benz no Brasil, que ficará em Iracemápolis, consolida a região de
Campinas como um dos principais polos automotivos do País. O empreendimento vai
receber R$ 500 milhões em investimentos e vai gerar 3 mil empregos entre diretos
e indiretos. As montadoras instaladas na região passam longe da crise que assola
o setor e continuam ampliando a produção.
Além da Mercedes-Benz, que já possui uma unidade na cidade de Campinas, a
região concentra ainda a Honda, em Sumaré, que anunciou nesta semana o aumento
da produção dos 127 mil automóveis no ano passado para 147 mil veículos neste
ano; a Toyota, em Indaiatuba, e a Hyundai, que está em Piracicaba. A
concentração de montadoras formou um grande parque de autopeças e outros
fornecedores das fabricantes.
Nicho de mercado
A aposta da multinacional alemã em uma nova planta visa atender um
nicho de mercado que cresce com força no País: veículos premium. Nos últimos
quatro anos, o volume de vendas do segmento dobrou no Brasil. Para atender a
evolução da demanda de carros acima dos R$ 100 mil, a Mercedes-Benz passa a
fabricar em Iracemápolis os modelos Classe C e a SUV GLA a partir do próximo
ano. Os dois veículos serão os primeiros da marca no mundo que terão o motor
flex e poderão ser abastecidos com gasolina ou etanol.
Mesmo com cenário pouco otimista da economia e do setor para 2015, a
empresa acredita que a aposta vale a pena porque o potencial de ampliação do
mercado brasileiro para os próximos anos é grande, principalmente nos modelos
premium. A nova fábrica será a quarta do grupo no País. A partir do início das
operações da planta de Iracemápolis, a Mercedes terá no Brasil a produção de
caminhões, carros, ônibus e vans.
Plano de investimentos
O presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina, Philipp
Schiemer, afirmou que o plano de investimentos da empresa no Brasil entre os
anos de 2010 e 2018 vai atingir R$ 3,2 bilhões. "Nossos investimentos no País
não param. Na fábrica de Iracemápolis, estamos aplicando R$ 500 milhões" ,
disse. Ele ressaltou que a economia brasileira surpreende os empresários com
oscilações repentinas, mas que com 60 anos de atuação no País a empresa sabe do
potencial do mercado nacional.
Ele ressaltou que a marca tem um projeto ambicioso no Brasil e a nova
fábrica será um dos pilares de crescimento da empresa no País. "Os carros
produzidos na unidade serão os primeiros da marca no mundo com o sistema flex
fuel. Os dois modelos atendem à demanda do público brasileiro", comentou.
Schiemer disse que existe procura pelo consumidor brasileiro de produtos mais
sofisticados e que os modelos trarão toda a modernidade da marca.
Ampliação do segmento
O presidente salientou ainda que há espaço para o segmento premium
ampliar a participação no mercado nacional. Mas Schiemer avisou que os preços
dos veículos no mercado nacional não sofrerão alteração em decorrência da
nacionalização da produção. "A carga tributária é elevada no Brasil" , afirmou.
Ele ponderou que mesmo com a produção local não é há como exportar os veículos a
partir do Brasil porque os impostos pesam muito no valor e comprometem a
competitividade do produto. "O mercado premium deve crescer 10% neste ano. No
ano passado, foram comercializadas mais de 35 mil unidades no País" ,
apontou.
O diretor geral de Automóveis da Mercedes-Benz do Brasil, Dimitris
Psillakis, afirmou que uma das estratégias para ampliar as vendas no Brasil é
apostar em lançamentos. "Neste ano, faremos vários lançamentos. Entre eles estão
o GLA 250 e o AMG GT S, que é um superesportivo que apresentamos no Salão do
Automóvel de São Paulo no final do ano passado. Já existe uma expectativa grande
no mercado e tem fila de espera" , comentou. Ele salientou que a linha de
entrada da marca no Brasil é o Classe A 200 Style, que custa R$ 113,9 mil.
Projeção
O executivo da Mercedes afirmou que até 2020 o mercado de veículos premium
deve dobrar no Brasil. Ele ressaltou que a marca registrou no ano passado um
recorde de vendas de automóveis no País. O crescimento foi de 25% em relação ao
ano de 2013. Ele apontou que a quantidade de concessionárias aumentou de 27
revendas em 2010 para 45 unidades no ano passado. Os investimentos somaram R$
100 milhões.
Psillakis disse que a fábrica de Iracemápolis será flexível e a produção
entre os dois modelos será adequada conforme a demanda do mercado. "O sedã
Classe C começará a ser produzido em fevereiro do próximo ano e o GLA no segundo
semestre de 2016" , apontou. O diretor afirmou que a unidade trará novidades que
se transformarão em referência para outras fábricas da empresa no mundo. Ele
informou que a unidade terá reservatórios de água.
O governador, Geraldo
Alckmin, afirmou ontem, durante cerimônia em Iracemápolis, que metade dos carros
da marca comercializados no País é vendida em São Paulo. "O governo do Estado
fez um diferimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
e também incluiu o empreendimento no programa Pró-Veículo" , disse. Alckmin
comentou que quatro Estados e 40 cidades disputaram a instalação da fábrica. "Na
primeira fase, o empreendimento receberá R$ 500 milhões de investimentos e
posteriormente chegará a R$ 1,2 bilhão" , detalhou.
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