segunda-feira, 18 de maio de 2015

Governo (mensalão, petrolão, etc.) = Economia (caos)

Quando Deus criou o homem e a mulher, concedeu o poder de serem livres e fazerem o que bem entenderem, arcando com as consequências de suas escolhas, independentemente de serem “boas” ou “ruins”, “certas” ou “erradas”.
      Assim Deus falou para Adão e Eva que podiam fazer o que quisessem no Eden, mas advertiu que não comessem a maçã. Com a escolha errada, Eva desobedeceu a Deus,  comeu a maçã e a ofereceu a Adão, que também comeu. Eles foram expulsos do Paraíso e, em consequência, trouxeram o sofrimento e a morte a todos os viventes.
     Dessa maneira, todos nós, pessoas físicas, ou representantes de empresas privadas ou públicas,  entidades privadas ou públicas, ou autoridades como vereador, deputado, senador, ou presidente da República, temos o direito da escolha em nossas decisões, sejam boas ou ruins, certas ou erradas, arcando, no entanto, com suas consequências.
      Portanto,  com  esta introdução, apresento algumas escolhas feitas por pessoas em suas decisões, que levaram o setor sucroenergético para o sucesso e para a estagnação.
        Para o sucesso, apresento a escolha que o presidente Ernesto Geisel, em pleno regime militar, fez em 1975, ao lançar o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), o único combustível, existente até hoje, capaz de substituir a gasolina em grandes quantidades, com as características que todos desejam: ser economicamente competitivo e renovável, ser ambientalmente aceito, ou seja, sem os problemas que caracterizam os combustíveis fósseis.
     Ao longo dos últimos 35 anos, o programa sofreu inúmeros tropeços,  mas sobreviveu, chegando a substituir 50% da gasolina que seria consumida no país se ele não existesse.
      A seguir,  citamos outra escolha de sucesso, quando, em 2005, a direção do BNDES, incentivando a produção da cana-de-açúcar, apresentou o plano para o atingimento da meta de um bilhão de toneladas de cana, para atender ao mercado futuro do consumo do açúcar e do etanol. Nesta época, a produção era de 384 milhões de toneladas. Para se atingir um bilhão de toneladas, precisaríamos de mais 616 milhões de toneladas, que dariam a possibilidade da construção de 205 novas usinas, de três milhões de toneladas de cana, cada uma, pelas empresas de bens de capital.
         O setor sucroenergético vinha atendendo à sua responsabilidade, pois, na safra de 2010/2011, atingiu a produção de 624 milhões de toneladas de cana, o que equivale a 62% de aumento, com a construção de mais de 100 novas usinas.
        Agora, cito a  escolha  errada  e  equivocada,  da  nossa Presidente, que,  a partir de 2009,  manteve o preço da gasolina, com a finalidade de evitar o aumento da inflação, sem estudar outras alternativas. A consequência disto foi a estagnação do setor sucroenergético como um todo.
    Com esta escolha, a nossa Presidente quebrou o setor sucroenergético e contribuiu com mais de US$ 25 bilhões de prejuizo à Petrobras.
         A nossa Presidente não se importou com os investimentos em tecnologia feitos pelas empresas de bens de capital, produtoras das usinas voltadas para o setor sucroenergético. Como exemplo, cito a maior empresa de bens de capital do setor, a Dedini S.A. Indústrias de Base, que estava pronta para apresentar ao mercado o seu investimento na USD – Usina Sustentável Dedini, cuja tecnologia traria as seguintes otimizações: máxima produção de bioaçúcar (usina); máxima produção de bioetanol (destilaria); máxima produção de bioeletricidade (usina ou destilaria); produção balanceada e flexível de bioaçúcar e bioetanol (usina); produção integrada com biodiesel de primeira e segunda geração (usina ou destilaria); não consome água externa e produz bioágua (usina ou destilaria); produção de biofom, o biofertilizante organo-mineral (usina ou destilaria); potencializa a mitigação dos GEE – gases de efeito estufa (usina ou destilaria).
         Em 2011, estudando a situação do setor sucroenergético e  o mercado futuro do açúcar e etanol, o  BNDES, por meio   de  seus especialistas da área de bioenergia, elaborou um trabalho sobre o setor sucroenergético. Pesquisando o mercado de açúcar e etanol, consultando os fabricantes de bens de capital, os produtores de cana-de-açúcar e os produtores de açúcar e etanol, chegou a seguinte:  “Conclusão – O setor sucroenergético empreendeu um grande esforço de investimento ao longo do período de 2005 a 2009, o que resultou na inauguração de mais de cem novas unidades industriais. A partir de 2009, contudo, o setor passou a enfrentar período de estagnação dos investimentos e, com isso, experimentou redução significativa das encomendas de bens de capital sucroenergéticos. A continuidade desse cenário tem gerado ambiente econômico adverso para os fabricantes, em especial para aqueles mais dependentes das encomendas do setor sucroenergético. Por outro lado, dadas as projeções de demanda de açúcar e etanol brasileiros, estima-se que 134 novas usinas, com capacidade de moagem de quatro milhões de toneladas de cana cada. Isso equivale à instalação de cerca de 17 unidades por safra a partir de 2013/2014. E dentro desse contexto que, com base na pesquisa de campo com os principais fornecedores de bens de capital sucroenergético e grandes grupos de usinas, este artigo procurou identificar se o atual parque fabril de máquinas e equipamentos para açúcar e etanol, mesmo enfrentando um período duradouro de baixo volume de encomendas, estaria em condições de atender o novo ciclo vigoroso de investimentos em novas usinas sucroenergéticas”.
         Não dá para entender como um trabalho deste porte (60 páginas),  encontra-se arquivado, e a Presidente ainda escolhe manter o preço da gasolina.
         Por outro lado, quando analisamos as corrupções levantadas pelo “mensalão”, - e agora pelo “petrolão” - podemos entender que as escolhas do governo foram para a manutenção e permanência do poder.
         Mas, como toda escolha tem sua consequência, podemos ver estampada em todas as mídias, a situação de uma empresa pública como a Petrobras, corroída pelas corrupções existentes, que de décimo lugar, em 2012, entre as 2000 empresas maiores do mundo, cai para 416o. lugar.
     Mas, não é só isso. A economia está um “caos”, com os juros mais altos do mundo, inflação que já passou dos 8%, o desemprego que não para de aumentar, a falta de credibilidade de nosso governo, etc.
         Em entrevista feita pela jornalista da revista Veja - edição 2425 - ano 48 - no. 19 de 13-05-15,  Claudia Andrade, com o economista americano Robert  Klitgaard, ele apresenta uma fórmula matemática sobre “corrupções”: C (Corrupção) = M (Monopólio, que é a concentração do poder econômico e decisório) + D (Discricionariedade, em que poucas pessoas tenham um poder decisório muito grande) – T (Transparência, que é a falta de transparência dos negócios).
       Está aí a solução para evitar as corrupções: a) Evitar o monopólio; b) Evitar a discricionariedade; e c) Dar transparência aos negócios, por meio da imprensa,  tanto aos negócios internos, como aos negócios externos.
      Com isso, acredito no que o economista americano Robert Klitgaard diz: “No futuro, a corrupção será tão impensável quanto a escravidão, que já foi regra em nosso mundo, é para nós. Compartilho desse otimismo”.  

         Finalizando,   só espero que a justiça dos homens, possa ajudar na recuperação da credibilidade de nosso país.

(Tarcisio Angelo Mascarim é secretário de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba e diretor do SIMESPI)

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